Brasil - PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI | O Bom Do Acupe | Santo Amaro BA

"PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES" Geraldo Vandré.

70 ANOS DE CAETANO EMANUEL VIANA TELES VELOSO

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Brasil Império










Professores e amigos às vezes me pedem que escreva alguma coisa sobre o período da chamada Revolução de março de 1964. O revolucionário e visionário governo de Juscelino Kubitschek. O Brasil destaca- se no cenário internacional com a magia dos Deuses assombrando e deixando o planeta maravilhado pela seleção brasileira de futebol, campeã em 1958 na Suécia e em 1962 no Chile. De repente o mundo que tinha como referência o Brasil como produtor de café e de cacau, volta- se admirado com o governo de Juscelino Kubitschek e as curvas e formas dos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, merecendo reconhecimento e elogios do grande arquiteto francês Le Corbusier, espalhando- se pelo mundo.

A música brasileira reinventada no banquinho e cadência do violão de João Gilberto, com suas notas dissonantes, torna-se o ritmo mais cultuado no mundo. A Bossa Nova é mais um carro chefe neste período. Nas artes plásticas, Di Cavalcante e tendo como nosso maior representante Cândido Portinari com obras na sede da ONU e no Aeroporto Kennedy. Uma febre de identidade nacional nunca vista, coroamento da Semana de Arte Moderna realizada em São Paulo em 1922. Neste cenário de otimismo, forças ocultas intervêm e manipulam antes que a "Tubaína" concorra com a Coca - Cola e o ponto fraco escolhido é a sede pelo poder, quando menos se espera surge um candidato carismático e populista. Lembro- me de um cidadão aqui em Acupe, cuja fachada e interior da residência eram forradas com os cartazes do candidato a Presidente Jânio Quadros: “Vamos varrer a corrupção do Brasil ". Sonho e otimismo de muitos que o levou a vitória, tendo como vice o Sr. João Goulart. Logo ao chegar ao poder ele sentiu que a grande causa não era a corrupção, mas sim tentar conter a todo o custo uma nova potência na América, que naquele momento influenciava o mundo afora com uma nova postura de valores, em não querer se impor pelas armas ou forjar guerras, manipulações econômicas e se dizer salvador da humanidade e logo a face se revela com a terrível arma psicológica contra a humanidade, comandada por duas grandes potencias internacionais a chamada Guerra Fria. 

O Presidente Jânio Quadros, com quase sete meses de governo, renuncia o mandato alegando que foram as forças terríveis. O seu vice João Goulart encontrava-se na China, vindo assumir a presidência após um plebiscito em janeiro de 1963 que deu ampla vitória do presidencialismo (nove milhões de votos) sobre o parlamentarismo. Pressionado pela direita que não queria reforma de avanço social e pela esquerda de Leonel Brizola, Miguel Arraes e Francisco Julião que queria reformas imediatas gerando greves e mobilizações no Congresso e no País. João Goulart tinha ido a China para conhecer um projeto nacional de produção de alimentos e sua ideia seria que nas estradas federais do Brasil fossem criadas fazendas coletivas. Ao fazer um grande comício no Rio de Janeiro em 13 de março para pressionar o Congresso decretou o fim do seu governo. Duas semanas depois instala-se o governo militar no Brasil, que teve apoio financeiro, logístico e militar dos EUA. No dia 19 de abril a junta militar liderada por Costa e Silva baixou o Ato Institucional n.1 (AI-1), que cassou os direitos políticos de 102 brasileiros, entre os quais Luís Carlos Prestes, João Goulart, Leonel Brizola, Jânio Quadros, Juscelino Kubitschek e Miguel Arraes. Os próximos seriam os artistas e intelectuais. 

Atualmente, a todo o momento se ouve e lê-se quase que diariamente nos noticiários é só da CORRUPÇÃO. Lembro-me então do cartaz da vassourinha de Jânio Quadro varrendo a nossa esperança e a nossa civilização para baixo do tapete. Entidades que outrora lutaram pela redemocratização do País, hoje se calam, ex: Ordem dos Advogados do Brasil, omissos diante de leis ultrapassadas numa sociedade mutante, professores, estudantes, juventude e a sociedade organizada numa inércia total, porém há luz no fim do túnel. ACORDA BRASIL! 


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