Burrinha de Ouro
Quero contar uma história pelo olhar de seus moradores. Em um bate papo com um morador e pesquisador; filho do Acupe pude entender a grandiosidade na apresentação da “Burrinha”. Segundo o senhor Agnaldo Barreto, o Acupe é o único lugar que tinha duas “Burrinhas”. A Tradicional e a Moderna. A “Burrinha de Ouro” e a “Burrinha da Saudade”. A “Burrinha de Ouro” era a mais antiga, guardava toda tradição em suas apresentações.
A “Burrinha de Ouro” foi trazida para Acupe em 1954, pelo mestre Valentin Lopes, depois de ficar encantado pela bela apresentação no Distrito de Itapema (um lindo vilarejo, aconchegante e de maravilhosa praia, com águas mornas e tranquilas) perto do Acupe. A “Burrinha da Saudade” é a única que se apresenta até hoje; Ela se apresenta sempre na Novena da Padroeira do Distrito de Acupe: Nossa Senhora da Soledade, no dia 9 de Setembro.
A “Burrinha” também se apresenta na festa de Nossa Senhora da Purificação, que é a padroeira do município de Santo Amaro da Purificação, esse festa é realizada no dia 2 de Fevereiro. Em Acupe o cortejo sai da Rua Nova Brasília e segue por várias ruas até chegar à praça principal, enfrente a igreja de Nossa Senhora da Soledade, onde dá inicio a uma grande apresentação. O grupo vem conduzindo por uma porta estandarte da agremiação; logo atrás vem o vaqueiro montado na “Burrinha”. Eles cantam uma marcha ritmada, acompanhado de músicos, com pandeiros, violas e tambores.
Também tem as baianas com seus trajes típicos e que no ritmo, batem palmas e tamancas (pequenas tabuas que parecem tramelas). Um som que nos leva ao resgate de um passado... O passado dos engenhos! Após a saudação, faz-se a roda, e a um sinal da porta estandarte, começa a cantoria, dando inicio ao “Samba de Roda da Criola”. O vaqueiro entra na arena, chicoteando a “Burrinha” numa demonstração de domar a “brava Burrinha”.
O estandarte também mostra suas evoluções de movimentos coreografados; logo a roda é tomada pelas baianas e pelas pessoas que são convidadas a sambar, e compartilhar de uma festa cheia de alegria, harmonia e tradição. É um verdadeiro “chamar” de um povo cheio de ritmo e beleza. Após o espetáculo, o grupo retorna pelas mesmas ruas, cantando e homenageando a sua padroeira. Deixando para trás mais uma apresentação de cultura e tradição, que ficará guardada na memória de quem teve o privilégio de assistir.
O mestre Valentin, colecionava todas as “Burrinhas” que montou desde 1954, a primeira era feita de “Manaíba” de mandioca. Foram muitos, todos grandes tesouros guardados a “sete chaves”. Atualmente só existe a “Burrinha da Saudade” que sobrevive nas mãos de grandes guerreiros, e que continua encantando e apaixonando quem ver. Sendo contada e cantada, jamais se perderá no tempo!
A “Burrinha de Acupe” é um pedaço precioso da história que tem que ser preservada e divulgada! Na minha próxima postagem vou trazer uma entrevista com o grupo que cuida da “Burrinha da Saudade” e também contar essa preciosa história!
Obra protegida por direitos autorais.
Referência: Agnaldo de Oliveira Barreto
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3 Comentários:
As tuas páginas também são de excelente qualidade!!!
Grata pelo seu comentário e atenção...
Abraço
Muito obrigado! Que bom que gostou.
Idem, grato também!
Gostei muito do seu espaço, aprendendo a conhecer mais de Acupe
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