Cula
Lá nas bandas de Acupe, existiu um pescador muito característico chamado Cula. Dizem que Cula bebia bastante, mas muitos afirmam que era um dos melhores pescadores que a região já conheceu. Cula tinha uma canoa chamada Carrega Morena. Dizem que depois de velho, Cula ficou cego, mas não parou de pescar. Antes da pescaria, ainda antes de embarcar em sua canoa, ele ia até a beira do mar, acendia um charuto e ali conversava com os marujos. Só então embarcava e dava as ordens para outros pescadores. Quando entrava na canoa, logo dormia! Seus pescadores, sem hesitar, se dirigiam ao local ordenado.
Cula, mesmo com o sono pesado, acordava rapidamente ao chegar na corôa onde ordenara. Fincando as varas na lateral da canoa, subia nelas, quase que se pendurando, e gritava “eta marujada cheguei agora!” Repetia esta frase por três vezes e depois se calava, como que ouvindo silenciosamente instruções. E logo apontava a direção em que a rede deveria ser lançada. Cula e seus pescadores jamais perderam uma só redada. Dizem que mesmo depois de velho, quando já não podia mais acompanhar a pesca, Cula orientava os pescadores e durante a pesca “via” tudo de perto pelos olhos de seus marujos reais e imaginários.
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