Zé Boca
José é um homem comum, simples, caladão e respeitador. Dizem que nunca namorou, porém quando toma umas e outras doses de aguardente, a coisa esquenta, transformando a água em vinho, e vem à tona "Zé Boca", falador e freqüentador dos velórios e bares com sua língua afiada para atualizar a comunidade nos assuntos correntes da política a outros acontecimentos. É um homem globalizado, tem argumento para tudo, com sua dicção de parlamentar popular, ao se recolher ao seu lar, vem o mais inusitado quando surpreende a quem passa devido o arerê e o derruba barracos com gritos, ofensas, bater de panelas, portas etc.
-José oh José, não bate no menino.
Diz uma voz fina de mãe aflita.
-Que nada mulher este moleque não quer estudar.
É uma voz grossa autoritária de um pai preocupado.
-Não me bata mais papai, eu vou me comporta e estudar.
É um filho que responde, é uma criança obediente.
-Eu não te criei batendo José deixe o meu querido neto em paz, ele é um bom menino.
É uma senhora, uma avó idosa e preocupada com sua família. O diálogo continua noite adentro para os vizinhos é motivo de gracejos é o nosso Zé Boca que no seu eu, vive mesmo por horas a família fictícia, onde imita os personagens que faltam na vida real.
No dia seguinte volta "Zé Boca" a ser José que passa calado simples e respeitador, sem magoas, nem marcar aparentes da noite anterior.
Obra protegida por direitos autorais.
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1 Comentário:
Esse Zé Boca é uma figura popular e tradicional do Acupe. Otimo texto Agnaldo!
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